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Artes Cênicas
O espetáculo de dança acessível Ensaio sobre o silêncio, da coreógrafa Taciana Gomes, marca a estreia de Pernambuco no 1º Festival Funarte Acessibilidança. A apresentação acontece ao vivo nesta quarta-feira (4), a partir das 20h, no canal da Funarte no YouTube (bit.ly/
ENSAIO SOBRE O SILÊNCIO – Criada por Taciana Gomes, a montagem de dança acessível tem como objetivo “construir poéticas provocativas sobre a percepção de mergulho pessoal”, em busca de uma aproximação e relação entre espaço e corpo. “Movimento, poesia e audiovisual são influenciados pela construção sonora marcada pelo psy-trance e sonoridades binaurais, pelo coco, o maracatu em uma estética atual, com marcadores da pós-contemporaneidade”, comenta a criadora do espetáculo.
O bailarino e consultor Victor Marley explica a importância de ter participado do projeto e de ter colocado a identidade surda em ação, ao mesclar a arte da dança com o recurso de Libras. “Como único surdo cursando faculdade de dança aqui em Pernambuco, na UFPE, me senti honrado em fazer parte do Acessibilidança. Por meio do visual, poder passar emoção. Provando que o surdo pode tudo, assim como os ouvintes. Tentei colocar minha marca na dança. Como a dança é algo visual, os movimentos e ritmos chamam a atenção de quem está vendo. O foco da dança é levar a sensação de tranquilidade e sentimentos que cada bailarino proporciona pelas suas habilidades, fazendo com que o público tenha visões e emoções únicas, a cada solo ou apresentação em grupo”, destaca Marley.
EVENTO – O Festival Funarte Acessibilidança foi criado a partir das ações do Prêmio Festival Funarte Acessibilidança Virtual 2020. No concurso, foram premiados 25 projetos de vídeos de espetáculos, que promovem o acesso de todas as pessoas à arte.
Com a iniciativa, a Funarte busca realizar novas ações a partir do uso das mais recentes tecnologias, estendendo, desse modo, um novo modelo para todo o Brasil. Assim, a Fundação reforça seu compromisso de promover e incentivar a produção, a prática, o desenvolvimento e a difusão das artes no país; e de atuar para que a população possa cada vez mais usufruir das manifestações artísticas. Criada em 1975, a Funarte segue, portanto, empenhada em acompanhar as transformações no cenário artístico e social.
O coordenador de Dança da entidade, Fabiano Carneiro, destaca a importância de se levar essa linguagem artística à população, durante o período de distanciamento social. “Estamos estreando o Festival Funarte Acessibilidança, um projeto inédito com foco na acessibilidade e na inclusão. Ao longo dos próximos meses, serão apresentados espetáculos de dança das cinco regiões do Brasil, plenamente acessíveis ao público, contemplando uma enorme diversidade na sua programação”, explica o coordenador.
O festival foi lançado no dia 16 de junho, com o espetáculo Lua de Mel, da Cia. Lamira Artes Cênicas (Tocantins). Na semana seguinte, foi exibido Maculelê: Reconstruindo o Quilombo, do Grupo de Dança Reconstruindo o Quilombo (Rondônia). Solatium encerrou a programação de companhias da Região Norte. A segunda fase apresentou montagens premiadas da Região Sul e Flamenco Imaginário, da Cia. Del Puerto (Rio Grande do Sul), deu início a programação. Em seguida, Convite ao Olhar, da Cia. de Dança Lápis de Seda (Santa Catarina) foi exibido. O espetáculo Do Avesso, do Grupo Nó Movimento em Rede (Paraná), fechou a temporada da região. A fase atual apresenta as montagens da Região Nordeste.
Os projetos contemplados nas demais regiões do país serão exibidos em seguida, até outubro, por meio do canal da Funarte no YouTube (bit.ly/