Em maio de 2022, o bairro de Jardim Monte Verde, em Jaboatão dos Guararapes, foi palco de um dos mais trágicos desastres naturais da história recente de Pernambuco. As fortes chuvas que atingiram a região resultaram em deslizamentos de terra, inundações e, infelizmente, na perda de muitas vidas. Essa tragédia, que marcou profundamente a cidade e seus habitantes, serve como um lembrete doloroso da importância da responsabilidade ambiental e da gestão adequada dos riscos climáticos.
O desastre nesta localidade expôs a vulnerabilidade de muitas áreas em Jaboatão dos Guararapes a eventos climáticos extremos. A combinação de chuvas intensas com ocupações irregulares e falta de infraestrutura adequada revelou uma falha sistêmica que precisa ser urgentemente abordada. Não se trata apenas de responder a emergências, mas de adotar uma postura proativa para prevenir que tragédias semelhantes se repitam.
Com esse desastre aprendemos que a natureza cobra seu preço quando ignoramos os sinais de alerta. O desmatamento, a ocupação desordenada de encostas e margens de rios, e a falta de saneamento básico não são problemas isolados, mas parte de um mesmo ciclo que leva a desastres. A proteção do meio ambiente deve ser prioridade para que a cidade se torne mais resiliente a futuros eventos climáticos extremos.
O que é ainda mais alarmante é o silêncio das autoridades sobre a necessidade de políticas preventivas. Apesar de Jaboatão dos Guararapes ter uma história de vulnerabilidade a desastres naturais, as discussões sobre prevenção têm sido escassas e superficiais. A falta de planejamento urbano adequado, somada à ocupação irregular de áreas de risco, cria um cenário propício para futuras tragédias. A tragédia mostrou claramente que não estamos lidando apenas com eventos climáticos extraordinários, mas com uma falta de infraestrutura e gestão que coloca vidas em perigo.
Os gestores municipais têm a responsabilidade de proteger os cidadãos. Isso inclui a implementação de políticas públicas que vão além da resposta emergencial e se concentram na prevenção e na preparação. Infelizmente, até agora, a maioria das ações parece ser reativa, ocorrendo somente após a tragédia já ter se desenrolado.
A responsabilidade não é apenas do poder público. A sociedade civil também tem um papel vital na proteção do meio ambiente. É essencial promover a educação ambiental e a conscientização entre os moradores sobre a importância de práticas sustentáveis. Projetos comunitários de plantio de árvores, coleta seletiva de lixo e preservação de áreas de risco são formas eficazes de engajar a população.
Os moradores de Jaboatão dos Guararapes, especialmente aqueles que viveram o trauma do desastre de Jardim Monte Verde, compreendem a gravidade da situação. É necessário que esse entendimento se transforme em mobilização, exigindo ações concretas das autoridades e adotando práticas diárias que contribuam para a sustentabilidade.
Proteger o meio ambiente não é apenas uma questão de sobrevivência, mas de dignidade e respeito pelos cidadãos. Jaboatão dos Guararapes deve assumir sua responsabilidade e liderar pelo exemplo, mostrando que é possível construir um futuro seguro e sustentável para todos os seus moradores.