Guerra Santa em Jaboatão dos Guararapes ameaça o estado laico

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Quando religião e política se misturam, o princípio do Estado laico é colocado em risco. Embora a liberdade religiosa seja um direito fundamental, o envolvimento direto de instituições religiosas no processo eleitoral pode comprometer a imparcialidade do Estado e criar uma desigualdade de oportunidades entre os candidatos. Aqueles que não possuem o apoio de grandes grupos religiosos podem ser desfavorecidos, enquanto outros, com forte respaldo de igrejas, ganham terreno.

A situação se agrava quando questões de cunho religioso são trazidas para o centro das discussões políticas. Temas como a legalização do aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a educação sexual nas escolas são frequentemente explorados por candidatos que baseiam suas campanhas em doutrinas religiosas. Essas pautas, que deveriam ser tratadas sob uma perspectiva laica e de direitos humanos, acabam sendo influenciadas por crenças religiosas, gerando uma tensão entre as políticas públicas e as convicções pessoais dos líderes religiosos e seus seguidores.

Jaboatão dos Guararapes não é diferente das outras cidades, mas apresentar questões bem peculiares. Existe quase uma GUERRA SANTA, onde grupos religiosos evangélicos dominam a narrativa política e eleitoral nas eleições municipais. O que antigamente era uma disputa de famílias tradicionais na política com sobrenome de peso, hoje se transformou em famílias ligadas a igrejas evangélicas onde muitos são fundadores de denominações religiosas.

Temos como exemplo o candidato Mano Medeiros, que mesmo se autodenominado católico, representa politicamente o grupo dos Ferreira que conquistaram 2 mandatos na cidade e tendo por objetivo o atual prefeito Mano Medeiros do PL. A família defende o quinhão do ex-prefeito Anderson Ferreira, do atual Deputado Federal André Ferreira e do seu cunhado Vereador do Recife André Ferreira todos bolsonaristas do PL. Outro grupo é da Deputada Federal pelo PP Clarissa Tércio que representa um grupo evangélico da Assembleia de deus Novas de Paz, tendi seu marido como Deputado Estadual do PP, todos bolsonaristas.

Na esteira dessa guerra santa aparece o Candidato ELIAS GOMES do PT que não representa nenhum grupo religioso e não tem uma estrutura de comunicação, nem de igrejas para dar suporte a sua campanha, gerando um desequilíbrio no processo eleitoral e ameaçando de fato o estado laico.

A crescente presença da religião no discurso político pode levar à polarização da sociedade, Além disso, a mistura de religião e política pode alimentar a intolerância religiosa, com candidatos e eleitores marginalizando aqueles que seguem outras crenças ou que são ateus. Ao permitir que a religião dite políticas públicas e decisões eleitorais, o Brasil corre o risco de restringir direitos fundamentais e enfraquecer sua democracia.

Essa interferência também levanta preocupações sobre a liberdade de escolha dos eleitores. Quando a religião é usada para direcionar votos, muitos fiéis podem se sentir pressionados a votar de acordo com a orientação de seus líderes religiosos, em vez de considerar suas próprias convicções políticas. Esse cenário distorce o processo democrático, no qual a escolha do eleitor deveria ser baseada em uma análise crítica das propostas e competências dos candidatos.

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