
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima-se que em Pernambuco existam 949 mil pessoas com algum tipo de deficiência acima de 2 anos de idade. Dessas, 665 mil estão fora do mercado de trabalho, o que equivale a 74,5% do total.
Os dados são provenientes da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) de 2022. O estudo revela que Pernambuco é o sexto estado brasileiro com maior número de pessoas com deficiência, e o Recife é a capital com maior concentração.
Apenas 195 mil pessoas com deficiência acima de 14 anos conseguiram trabalhar em algum momento de 2022. Um exemplo é o cineasta Emmanuel Castro, que possui formação em cinema e rádio e TV. Segundo ele, as entrevistas de emprego muitas vezes são marcadas pelo preconceito e desestímulo.
Emmanuel relata experiências em que foi tratado com piedade ou considerado incapaz. Ele menciona casos em que disseram que entrariam em contato, mas nunca ligaram, afirmando que estavam procurando alguém com uma deficiência “menos grave”.
Para combater essa situação, grupos como a ONG Vale PCD se mobilizam para auxiliar na inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. A organização oferece orientação e atua na conscientização das empresas.
A presidente da ONG, Priscila Siqueira, explica que o objetivo inicial era melhorar a acessibilidade nos espaços do Brasil, mas perceberam a falta de oportunidades no mercado de trabalho e iniciaram projetos para ajudar na elaboração de currículos e preparação para entrevistas.O auxiliar de depósito Washington Gomes, que possui deficiência auditiva desde os 3 meses de idade, relata dificuldades em encontrar emprego. Ele passou 4 anos desempregado e enfrentou várias experiências frustrantes em processos seletivos.
Foto: Reprodução/TV Globo