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Boom do Petróleo na Guiana: Entre Promessas e Desigualdades

Quando a gigante petrolífera americana ExxonMobil se estabeleceu em um prédio de sete andares na rua Duke Street, em Georgetown, capital da Guiana, em 2019, muitos, incluindo Christine Rudder, de 23 anos, vislumbraram um futuro promissor para sua geração. No entanto, cinco anos após a chegada da ExxonMobil, o otimismo inicial cedeu lugar ao pessimismo.

Christine, que mora a apenas 200 metros do prédio da petroleira, relata não ter obtido nenhum dos empregos gerados pela indústria do petróleo. Para sobreviver, ela se vê obrigada a vender salgados e doces em uma banca improvisada na calçada de sua casa, enquanto observa as SUVs que transportam os funcionários e executivos da ExxonMobil.

O caso de Christine reflete um aspecto menos celebrado do recente boom econômico da Guiana. Embora o país, com quase 800 mil habitantes, tenha experimentado um crescimento impressionante impulsionado pela exploração de petróleo em sua costa, as desigualdades sociais se aprofundaram.

De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o PIB do país aumentou em 184% entre 2019 e 2023, e o PIB per capita mais que dobrou nesse período. No entanto, este crescimento desenfreado trouxe consigo desafios significativos, conforme relatado por residentes locais como Christine.

A inflação, por exemplo, é um dos efeitos colaterais mais citados do boom econômico. Embora os dados oficiais sugiram que a inflação esteja sob controle, residentes como Christine e o comerciante Adrian Smith, de 42 anos, destacam o aumento dos preços dos alimentos e do aluguel, tornando a vida no país cada vez mais custosa para os menos privilegiados.

Além disso, o desemprego persiste como uma preocupação central. Segundo o Banco Mundial, a taxa de desemprego médio no país mais que dobrou a média mundial em 2022, afetando especialmente os jovens, que enfrentam uma taxa de desemprego de 25%.

 

Enquanto isso, a indústria de petróleo e gás, responsável pelo crescimento econômico, continua a depender fortemente de mão de obra estrangeira altamente qualificada, deixando os guianenses locais à margem dos benefícios.

Embora o governo da Guiana tenha anunciado investimentos significativos em capacitação local, a realidade para muitos como Christine e Adrian permanece desafiadora, com a promessa do boom do petróleo ainda não se concretizando para todos.

Enquanto aguardam os benefícios prometidos pelo boom do petróleo, muitos guianenses enfrentam dificuldades diárias para sobreviver em um país que está se transformando rapidamente, mas onde as desigualdades persistem, deixando uma parte significativa da população à margem do progresso econômico.

Fotos: Divulgação

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