Publicado em
19/07/2021 18h16
Atualizado em
19/07/2021 18h25
Objetivo é certificar contingentes militares para participar de missões de paz em outros países
Publicado em
19/07/2021 18h16
Atualizado em
19/07/2021 18h25
Tropas da Marinha e do Exército Brasileiro estão sendo inspecionadas por uma comitiva da Organização das Nações Unidas (ONU). A visita de avaliação e assessoramento, feita a pedido do Brasil, tem o objetivo de verificar as capacidades do país em gerar, desdobrar e manter potencial contribuição de tropas em operações de paz, como a de Estabilização no Haiti (Minustah), que o Brasil liderou de 2004 a 2017.
“A partir dessa certificação, nós estamos prontos a atender um chamado das Nações Unidas. O Brasil tem uma tradição em missões de paz, eu mesmo fui um boina azul, eu sei as dificuldades que os senhores enfrentarão quando houver um chamado”, ressaltou o ministro da Defesa, Walter Souza Braga Netto.
As inspeções começaram no dia 11 de junho e terminam nesta terça-feira (20). Os representantes da ONU estiveram na Companhia de Ação Rápida e os serviços logísticos de apoio das unidades militares, sediados no 33° Batalhão de Infantaria Mecanizado, em Cascavel, no Paraná; na Companhia de Engenharia, do Exército, em São Gabriel, no Rio Grande do Sul, e no Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais, da Marinha, no Rio de Janeiro.
Os integrantes da comitiva da ONU verificaram a logística de apoio para o dia a dia da tropa, que envolve a subsistência e itens essenciais para as missões de paz. A averiguação abrange materiais para comunicações e equipamentos elétricos, médicos e de combate, entre outros produtos fundamentais para o emprego militar em países em conflito. Depois da visita, a ONU poderá conceder a certificação desses contingentes para o nível 2, condição básica para futuro emprego em missões de paz.
Atualmente, o Brasil conta com cinco tipos de contingentes de tropas aptos a participar das diversas missões de paz da ONU. Depois dessa inspeção, as Forças Armadas brasileiras estarão aptas a enviar outros quatro tipos de contingentes de tropa: um batalhão mecanizado, uma companhia de engenharia e duas companhias de resposta rápida.
Em 1956, o Brasil fez o primeiro envio de tropas a um país estrangeiro para operação de manutenção da paz. Foram enviados três militares, que participaram em missão da Força de Emergência das Nações Unidas (UNEF), criada para evitar conflitos entre egípcios e israelenses e pôr fim à Crise de Suez. De acordo com o Ministério da Defesa, entre 1957 e 1967, o Brasil participou com um batalhão de Infantaria de aproximadamente 600 homens, o chamado Batalhão Suez, na região do Sinai e Faixa de Gaza, que contou com um envio, em rodízio, de cerca de 6.300 homens.
O Brasil já participou de mais de 50 operações de paz e missões similares, tendo contribuído com mais de 55 mil militares, policiais e civis, de acordo com o Itamaraty. A prioridade é participar de operações em países com os quais os brasileiros mantêm laços históricos e culturais, como nas missões realizadas em Angola, Moçambique e Timor-Leste, e, mais recentemente, no Haiti e no Líbano. No caso da missão de Estabilização no Haiti (Minustah), o Brasil empregou mais de 36 mil militares, entre 2004 e 2017.
“O Brasil, desde 1956, participa de missões de paz. Já enviou para fora a ordem de 57.700 homens e desses, 42 militares sacrificaram a vida em prol da paz mundial”, enfatizou o ministro da Defesa.
Atualmente, o país participa de sete das 12 missões das Nações Unidas.
Essas missões têm como objetivo ajudar países devastados por conflitos a criar condições para paz. Entre as atribuições dos militares estão a distribuição de água e comida, resgate de reféns e proteção de civis. O uso da força só é permitido em legítima defesa.