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Javier Milei, candidato à Presidência da Argentina pela coalizão A Liberdade Avança, proclamou sua surpreendente vitória nas eleições primárias de agosto com a assertiva frase que ecoou: “A Argentina não está condenada a viver como vive há 80 anos.” Esse foi o ponto de partida de uma jornada política que culminou em sua eleição neste domingo (19/11), sucedendo o peronista Alberto Fernández e marcando a 12ª presidência em 40 anos de democracia argentina.
O peronista Sergio Massa reconheceu a vitória de Milei pouco depois das 20h, antes mesmo da divulgação oficial dos resultados pelas autoridades eleitorais. Milei, parlamentar desde 2021, economista e defensor da dolarização da economia, tornou-se uma figura polêmica na política argentina com propostas que incluem a privatização de estatais e o fechamento do Banco Central.
A principal proposta de Milei é a dolarização da economia para combater a inflação descontrolada, mesmo diante das limitadas reservas de dólares do país. O fechamento do Banco Central seria um passo crucial, permitindo que os dólares em reserva fossem injetados na economia. Economistas, no entanto, questionam a viabilidade dessa abordagem, destacando os desafios de endividamento e a dependência das políticas monetárias dos Estados Unidos.
Além disso, Milei propõe a saída do Mercosul, criticando-o como uma união aduaneira prejudicial, e manifesta aversão a parcerias com China e Brasil. Seu plano de privatizar empresas estatais, como a YPF, e eliminar órgãos governamentais, como o Instituto Nacional de Cine y Artes Audiovisuales, representa uma guinada liberal no Estado argentino.
No setor social, Milei defende cortes em saúde e educação, propondo a criação de um “seguro universal” na saúde e um sistema de vouchers na educação. Suas propostas controversas incluem a facilitação da venda de armas e a legalização da venda de órgãos, além da redução da maioridade penal e a militarização de presídios como medidas de “linha dura” na segurança.
A eleição de Milei marca uma mudança significativa na política argentina, levantando debates acalorados sobre a eficácia e impacto de suas propostas no futuro do país.
Fotos: Divulgação
