SINCRETISMO – Lideranças religiosas do culto de matriz afro-indígena participaram da solenidade. Foto: Roberta Guimarães

O Dia Estadual do Juremeiro e da Juremeira, celebrado no dia 21 de setembro, foi comemorado pela Alepe na segunda (30), durante uma reunião solene. A cerimônia, proposta pela deputada Rosa Amorim (PT), contou com a participação de lideranças religiosas.  

A Jurema Sagrada é uma expressão religiosa afro-indígena, que, além dessas matrizes, também recebeu influência do catolicismo. Essa prática espiritual é presente em estados do Nordeste brasileiro, a exemplo de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. O seu nome se origina de uma árvore do bioma da Caatinga. 

VALORIZAÇÃO – Rosa Amorim denunciou racismo religioso contra povos de terreiro. Foto: Roberta Guimarães

Ao discursar, Rosa Amorim lembrou da importância de se “combater o racismo religioso contra povos de terreiro”. “Estamos homenageando hoje uma das primeiras religiões do Brasil. Precisamos valorizá-la”, frisou a petista, que é autora do projeto que incluiu a data comemorativa no calendário oficial do estado. 

Para o mestre Paulinho Carrapeta, “esse é um dia marcado pela reverência a uma tradição vital”. “A jurema é uma expressão de identidade, resistência e fortaleza. Celebramos não somente a continuidade de seus rituais e cantos, mas também o direito à liberdade de praticar esta fé”, pontuou.

APOIO – Mãe Nane Camará cobrou mais atenção do poder público à manifestação religiosa. Foto: Roberta Guimarães

Mãe Nane Camará, por sua vez, defendeu que o poder público elabore “projetos de valorização da Jurema”. “Pedimos encarecidamente que olhem por nós”, destacou. Pai Jeremias de Oxum cobrou políticas públicas também para os povos de terreiro do Interior. “A gente precisa ser visto por estados e municípios”, enfatizou.

Ao final da reunião solene, Rosa Amorim recebeu um maracá das mãos dos três representantes da Jurema Sagrada. O instrumento é um dos símbolos dessa expressão religiosa.