Gestão de Resíduos Sólidos: Um Desafio para Jaboatão dos Guararapes

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A gestão de resíduos sólidos é um dos principais desafios enfrentados pelos municípios brasileiros, especialmente em regiões metropolitanas. Jaboatão dos Guararapes, a segunda cidade mais populosa de Pernambuco, não foge a essa realidade. Com uma população estimada em cerca de 700 mil habitantes, Jaboatão dos Guararapes gera toneladas de lixo diariamente.

Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o Brasil produz aproximadamente 80 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos por ano, e Jaboatão, como parte da Região Metropolitana do Recife, contribui significativamente para esse volume. No entanto, a infraestrutura e a capacidade de gerenciamento de resíduos no município são insuficientes para atender a essa demanda crescente.

Os desafios são evidentes em diversos aspectos, como a coleta seletiva ineficaz, a falta de educação ambiental, a ausência de políticas públicas abrangentes e a escassez de recursos para investimentos em infraestrutura sustentável. A coleta de lixo no município é feita, em sua maioria, de forma convencional, com poucos esforços dedicados à reciclagem ou ao reaproveitamento de resíduos. Como resultado, grande parte do lixo gerado vai parar em aterros sanitários, enquanto uma fração significativa acaba em locais inadequados, como terrenos baldios e rios, contribuindo para problemas como enchentes e contaminação ambiental.

A má gestão dos resíduos sólidos afeta diretamente o meio ambiente e a qualidade de vida da população de Jaboatão dos Guararapes. A destinação inadequada de lixo em áreas urbanas tem levado à poluição de rios, manguezais e praias, que são importantes para o ecossistema local. O acúmulo de resíduos em terrenos baldios e áreas públicas favorece a proliferação de vetores de doenças, como mosquitos, ratos e baratas, aumentando o risco de surtos de doenças como dengue, leptospirose e outras infecções.

Além dos impactos ambientais, a questão dos resíduos sólidos também traz desafios sociais. Muitos catadores de materiais recicláveis, que poderiam ser inseridos em um sistema formal de coleta seletiva, atuam de forma precária e sem o apoio necessário. A falta de estrutura e de políticas públicas voltadas para a inclusão desses trabalhadores na cadeia produtiva da reciclagem é uma oportunidade perdida de gerar empregos e promover sustentabilidade no município.

m dos principais obstáculos enfrentados por Jaboatão dos Guararapes na gestão de resíduos sólidos é a falta de planejamento integrado e de políticas públicas eficazes. Embora o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, instituído pela Lei nº 12.305/2010, exija que todos os municípios brasileiros elaborem seus planos de gestão de resíduos, muitos ainda não conseguiram implementá-los de forma eficiente. Jaboatão, assim como outros municípios, precisa de um esforço contínuo para cumprir essas diretrizes.

Apesar dos desafios, existem oportunidades para melhorar a gestão de resíduos sólidos em Jaboatão dos Guararapes. A implementação de soluções sustentáveis pode trazer benefícios tanto para o meio ambiente quanto para a população como a expansão da coleta seletiva que é bastante limitada, investindo em mais pontos de coleta e aumentar a comunicação entre a prefeitura e a população sobre a importância da separação de resíduos, criação de Parcerias Público-Privadas investindo na construção de usinas de tratamento de resíduos, como compostagem e reciclagem de materiais, reduzindo a quantidade de lixo que vai para os aterros, iniciativas de educação ambiental estimulando a necessidade de reciclar, reutilizar e redução de resíduos, além do investimento em tecnologias de conversão de resíduos em energia (waste-to-energy) podem transformar a forma como o lixo é gerido no município.

A gestão de resíduos sólidos continua sendo um desafio significativo para municípios como Jaboatão dos Guararapes. No entanto, com investimentos em infraestrutura, políticas públicas eficazes e a conscientização da população, o município pode enfrentar esse problema de forma sustentável.

Djalma Junior é Professor da Rede Pública de Pernambuco e Professor formador do IFPE. Licenciado em Química e Matemática pela UFPE e Mestre em Gestão Ambiental pelo IFPE.

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