No Brasil, a presença feminina em cargos públicos tem avançado lentamente. A legislação eleitoral busca estimular essa participação por meio de cotas, como a lei que exige que partidos políticos reservem pelo menos 30% das candidaturas para mulheres. No entanto, o cumprimento dessa lei muitas vezes é apenas formal, com a chamada “candidatura laranja”, em que mulheres são registradas apenas para preencher a cota, mas não recebem o apoio necessário para concorrer de fato.
Nas eleições municipais de 2020, apenas 12% das prefeituras do Brasil foram conquistadas por mulheres, um número que, embora em crescimento, ainda está muito distante de uma igualdade representativa. Já nas câmaras municipais, cerca de 16% dos eleitos foram mulheres. Isso reflete um cenário em que as barreiras culturais, econômicas e políticas continuam dificultando o caminho para que mulheres alcancem cargos de poder, mesmo em cidades onde elas são maioria do eleitorado.
As mulheres enfrentam uma série de desafios ao tentar ingressar na política, desde a falta de apoio dos partidos até a hostilidade no ambiente eleitoral. Alguns dos principais obstáculos incluem:
Apesar dos desafios, há conquistas importantes a serem celebradas. Movimentos feministas e organizações da sociedade civil têm pressionado por mais participação das mulheres na política, e esse esforço vem gerando frutos. Campanhas como a “Mais Mulheres na Política” buscam conscientizar o eleitorado sobre a importância da representatividade feminina.
Além disso, mulheres que conquistam cargos políticos têm demonstrado sua capacidade de governar com competência e sensibilidade social. Em prefeituras lideradas por mulheres, muitas vezes são priorizadas políticas públicas voltadas para educação, saúde, igualdade de gênero e inclusão social.
No campo legislativo, também há avanços. Cada vez mais mulheres estão se destacando como líderes nas câmaras municipais, propondo leis e projetos que refletem as necessidades das mulheres e de grupos tradicionalmente marginalizados.
A presença de mulheres em cargos políticos não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma forma de garantir que as decisões políticas reflitam a diversidade da sociedade. A falta de representatividade feminina significa que as perspectivas e necessidades das mulheres são muitas vezes negligenciadas nas políticas públicas.
Em uma sociedade marcada por desigualdades de gênero, é fundamental que as mulheres ocupem espaços de poder para promover mudanças que beneficiem a todos, independentemente de gênero. A participação feminina nas eleições municipais é um passo crucial para assegurar políticas que favoreçam a equidade, o desenvolvimento sustentável e o bem-estar social.
Além disso, as mulheres que se destacam na política local têm o potencial de inspirar futuras gerações. Quando meninas e jovens veem mulheres em posições de liderança, elas podem se sentir encorajadas a seguir o mesmo caminho, ampliando a presença feminina em todos os níveis de governo no futuro.
Para que a participação das mulheres nas eleições municipais continue crescendo, algumas mudanças são necessárias: