AÇÃO – Palestras buscam combater o preconceito e valorizar a cultura negra. Foto: Roberta Guimarães
Combater o preconceito racial no Brasil exige esforço conjunto de todos, incluindo as instituições públicas. A reflexão foi compartilhada, nesta segunda (4), na abertura da 2ª Jornada Alepe Antirracista, ciclo gratuito de palestras, debates e atividades culturais que segue até a próxima sexta (8). Na cerimônia inaugural, o ativista e professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Antonio Baruty, falou sobre avanços e desafios na garantia dos direitos humanos da população negra.
Conheça as ações da Alepe para a promoção da igualdade étnico-racial
Para o palestrante, não há democracia com desigualdade racial. Ele acredita que o combate ao racismo passa não apenas pela luta dos negros, mas pela educação de toda a sociedade. “Começamos a ser educados dentro de casa, com as histórias que nos contam. Em conjunto, vem a educação formal, das escolas. Elas precisam incluir a população negra marginalizada”, acredita.
Presidindo a sessão, a deputada Dani Portela (PSOL) registrou a necessidade de aumentar a representatividade política da população negra para enfrentar o racismo estrutural no estado e no país.
POLÍTICA – Para a deputada Dani Portela, é preciso aumentar a representatividade negra. Foto: Roberta Guimarães
A deputada destacou o esforço da Alepe em promover ações que alterem esta realidade de exclusão, como a Jornada Antirracista, o curso de formação de servidores e a instalação da Frente parlamentar de Combate ao Racismo.
“São ações muito salutares para a Casa do povo pernambucano. A população negra é a maioria no estado, mas minoria nos espaços de poder. As mulheres negras, por exemplo, ocupam menos de 3% das cadeiras do Legislativo no Brasil”, citou. “Assim, é importante que os debates da Jornada Antirracista reverberem não apenas em leis, mas em políticas públicas que efetivamente reduzam as desigualdades”, acrescentou Portela.
Superintendente-geral da Alepe, Isaltino Nascimento registrou “o compromisso da Mesa Diretora com a luta contra o preconceito racial no Estado”. Além das ações institucionais — frutos da primeira jornada, realizada em 2023 — o gestor destacou a aprovação da Resolução n° 2019/2024, que criou formalmente a Política Antirracista da Alepe. “Somos a primeira Casa legislativa do Brasil a ter uma iniciativa como esta”, valorizou.
Somos a primeira Casa legislativa do Brasil a ter uma iniciativa como esta”, ressalta Isaltino Nascimento.
A mesa de abertura ainda contou com as presenças de Marta Almeida, mãe da ativista de mesmo nome falecida em setembro de 2023; e das professoras da Unibra Taciana Brum e Priscila Lupicinio. A condução do evento ficou a cargo do pesquisador Lepê Correia e a atividade cultural foi garantida pelo Coral Vozes de Pernambuco, sob regência de Miriam Machado. O grupo, formado por servidores da Alepe, apresentou as canções “Banzo Maracatu”, “Onde o Brasil Aprendeu a Liberdade”, “Lua Soberana” e “Baba Yetu”.
Confira abaixo a programação as próximas atividades da 2ª Jornada Alepe Antirracista. O evento, que conta com a participação de diversas personalidades e ativistas dos movimentos negros, tem como objetivo promover a conscientização sobre as práticas racistas presentes na sociedade e valorizar a luta histórica do povo negro.
05/11 – Conexão com a Mãe África
06/11 – Fortalecendo a Saúde Integral na Comunidade Negra
07/11 – Raízes e Reverberações – Reconhecendo Mulheres Negras
08/11 – Juventude e Relações Étnico-Raciais
Serviço
2ª Jornada Alepe Antirracista
Exposição “Galopa no Vento”
Entrega da Medalha Marta Almeida