Homenagens a Mestre Meia-Noite e Daruê Malungo marcam Dia da Consciência Negra

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CULTURA – Reunião solene teve apresentação do Afoxé Omô Nilê Ogunjáõ. Foto: Nando Chiappetta

Uma reunião solene foi realizada na terça (19) no Auditório Sérgio Guerra homenageou o Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. A celebração ocorreu por meio de requerimento da deputada Dani Portela (PSOL), que presidiu o encontro.

Durante o evento, uma placa comemorativa foi entregue pela parlamentar para o mestre de capoeira Gilson José de Santana, conhecido por Mestre Meia-Noite, que foi o homenageado da noite. Ainda na celebração, houve uma apresentação cultural realizada pelo grupo artístico Afoxé Omô Nilê Ogunjá. “Hoje é um dia de festa. Vamos comemorar o 20 de novembro agradecendo a todas as pessoas que nos trouxeram até aqui”, declarou Dani Portela em sua fala. 

CAPOEIRA – Mestre Meia-Noite recebe homenagem como símbolo da luta do povo negro. Foto: Nando Chiappetta

Em seu discurso, Mestre Meia-Noite agradeceu a homenagem. “Eu aprendi a viver racialmente com as divergências humanas com as quais a criatura humana se faz presente. Eu estou aqui na condição de representante do povo negro. É muito gratificante e extraordinariamente cultural representar o Brasil, que reúne as vertentes afro-índigena, afro-ameríndia, afro-brasileira e  afro-descendente.”

Políticas públicas

Novembro é o Mês da Consciência Negra, sendo o dia 20 especialmente dedicado a relembrar as lutas dos movimentos negros pelo fim da opressão. A data se refere à morte, em 1695, de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, no Nordeste do Brasil. O Dia da Consciência Negra também relembra que o país é marcado por quase 350 anos de escravidão e tráfico de populações negras da África para o Brasil. 

AUTORA – Dani Portela destaca a importância de políticas públicas no enfrentamento ao racismo. Foto: Nando Chiappetta

“Eu poderia passar uma noite inteira falando de números muito ruins que o racismo opera, fazendo com que as pessoas negras liderem os números de mortes naturais ou violentas, de analfabetismo… de pessoas que hoje vão dormir sem a certeza de que vão alimentar seus filhos no dia seguinte. É o nosso compromisso enfrentar esses números com políticas públicas”, expressou Dani Portela.

No pronunciamento, ela enfatizou ainda ter sido autora, quando vereadora, da resolução que criou a Comissão de Igualdade Racial e Enfrentamento ao Racismo da Câmara Municipal Do Recife. E citou a lei estadual de sua autoria que trata do racismo obstétrico, buscando coibir atos de violência obstétrica motivados por discriminação racial.

“Dia 20 de novembro é dia de luta, mas também de comemoração. Os passos que a gente dá aqui, são passos que vêm de muito longe, de todos e todas que vieram antes de nós, e por todos e todas que ainda virão depois de nós”, emendou. 

Daruê Malungo

Em discurso, a coordenadora do Centro de Educação e Cultura Daruê Malungo, Vilma Carijós reforçou seu trabalho no espaço de Peixinhos, na periferia do Recife. “Cada dia é um dia de luta, para sobreviver e conseguir manter um trabalho com aquelas crianças que a gente acredita e que a gente espera que ela tenha um futuro melhor que o nosso”, afirmou.

DARUÊ MALUNGO – Vilma Carijós fala da importância do trabalho social em Peixinhos. Foto: Nando Chiappetta

A procuradora de justiça Maria Ivana Botelho, coordenadora do GT Racismo do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), refletiu sobre o racismo estrutural e a luta diária das pessoas negras pela ampliação da consciência. Ela destacou a necessidade de trabalhar no Ministério Público a questão do racismo e como ainda há muito para se conquistar dentro da instituição, através de debates e reflexões. “A gente tem a obrigação de lutar pelos direitos assegurados na Constituição e contra aquilo que ela diz que não é aceito pela sociedade”, afirmou.


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