“Runner’s high”: euforia após corrida

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Descobertas Revelam que “Runner’s High” é Causada por Endocanabinoides, não Endorfinas

Durante anos, a sensação de bem-estar experimentada por corredores, popularmente conhecida como “runner’s high”, foi atribuída às endorfinas, os analgésicos naturais produzidos pelo corpo humano. No entanto, novas pesquisas indicam que essa euforia na verdade está relacionada aos endocanabinoides, moléculas produzidas pelo próprio organismo que se ligam aos receptores do sistema endocanabinoide.

Um estudo recente mostrou que bloquear a capacidade dos corpos de responder às endorfinas não impediu os corredores de experimentarem a “runner’s high”, sugerindo que os endocanabinoides podem desempenhar um papel mais significativo nesse efeito. Os endocanabinoides são substâncias químicas semelhantes aos compostos encontrados na planta Cannabis e têm a capacidade de atravessar a barreira hematoencefálica, o que os torna candidatos viáveis para causar essa sensação de bem-estar.

O que é a “runner’s high” exatamente? É uma sensação de euforia suave relatada por muitos corredores de longa distância, caracterizada por uma sensação de felicidade e relaxamento após cerca de meia hora ou mais de corrida. Embora inicialmente tenha sido associada às endorfinas, estudos mais recentes questionaram essa conexão devido à estrutura molecular das endorfinas e à falta de evidências de que elas possam atravessar a barreira hematoencefálica e afetar o estado mental.

Experimentos em cães, humanos e furões mostraram que apenas os corredores ávidos, como cães e seres humanos, produzem endocanabinoides extras durante a corrida, indicando uma possível ligação entre essas substâncias e a “runner’s high”. Estudos em camundongos corroboraram essa hipótese, demonstrando que bloquear a absorção de endocanabinoides, mas não de endorfinas, impediu a euforia após a corrida.

Pesquisadores conduziram um estudo com 63 corredores experientes, divididos em grupos que receberam um bloqueador de endorfinas ou um placebo, e descobriram que ambos os grupos relataram experimentar a “runner’s high” após correr, sem diferenças significativas entre eles. Todos os participantes também apresentaram aumentos nos níveis sanguíneos de endocanabinoides após a corrida, corroborando a ligação entre essas substâncias e o estado de bem-estar.

Embora o estudo não explique completamente por que o corpo humano produz a “runner’s high”, os pesquisadores sugerem que essa resposta evolutiva pode estar relacionada à necessidade histórica de caçar animais selvagens correndo por longas distâncias. Nesse contexto, a euforia durante a corrida pode ter sido benéfica para a sobrevivência humana.

Essas descobertas representam um avanço significativo na compreensão dos mecanismos por trás da “runner’s high” e destacam o papel dos endocanabinoides nesse fenômeno.

Fotos: Divulgação

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