O Senado brasileiro decidiu adiar para esta quarta-feira a votação do projeto que reintroduz a taxação de compras internacionais de até US$ 50. Dentro do jargão político, quando um assunto é inserido em um projeto que originalmente trata de outra questão, é chamado de “jabuti”. Neste caso, a taxação foi incluída como um “jabuti” dentro de um programa relacionado a veículos.
A inclusão da taxação foi aprovada na Câmara dos Deputados, em resposta aos apelos de varejistas nacionais, que argumentam que a isenção de impostos para importações prejudica o mercado interno, especialmente no segmento de vestuário, como as “blusinhas”.
No entanto, a proposta tem gerado controvérsias, especialmente pelo receio do governo Lula de que sua aprovação possa afetar sua popularidade. Na terça-feira, o relator do projeto no Senado, Rodrigo Cunha, decidiu separar a parte referente à taxação do restante do projeto, que trata de veículos sustentáveis, resultando no adiamento da votação de ambas as partes.
O presidente da Câmara, Arthur Lira, expressou descontentamento com o adiamento, enfatizando a importância de cumprir os acordos políticos. Ele ressaltou que qualquer modificação feita pelo Senado exigiria que o projeto retornasse à Câmara para nova votação e destacou a relevância do tema em questão, que envolve não apenas a taxação de produtos, mas também questões de emprego, justiça na competição e apoio à indústria nacional.