O julgamento recente no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o direito de pessoas transexuais usarem banheiros conforme sua identidade de gênero terminou com uma decisão majoritária de 8 votos a 3 pela rejeição do recurso, devido a questões processuais. A maioria dos ministros entendeu que o caso em questão não levantava uma questão constitucional para ser analisada pela Corte.
O caso em questão envolvia uma transexual que foi impedida de usar o banheiro feminino em um shopping em Santa Catarina, resultando em danos morais. Os ministros Luís Roberto Barroso e Luiz Edson Fachin votaram a favor de reconhecer o direito das pessoas trans e também conceder indenização pelos danos morais sofridos.
Porém, a maioria dos ministros seguiu o entendimento do ministro Luiz Fux, que argumentou que o recurso em análise não tratava diretamente de questões constitucionais e que a segunda instância não encontrou evidências de preconceito no caso. Dessa forma, o debate sobre o tratamento social da população transexual não foi abordado, concentrando-se apenas na questão dos danos morais.
Embora alguns ministros tenham expressado preocupações com a discriminação e argumentos constitucionais relacionados ao caso, a maioria concordou com a posição de Fux sobre a natureza processual do recurso. No entanto, fica em aberto a discussão sobre o direito das pessoas transexuais e a necessidade de proteção contra discriminação e preconceito.