A emergência climática exige ação em múltiplas frentes, e as cidades, especialmente as grandes metrópoles, desempenham um papel central. A 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-30), terá um papel fundamental, e as cidades estão no centro das discussões e das ações necessárias para enfrentar a crise.
Dado que as áreas urbanas concentram mais de 70% das emissões de carbono globais e abrigam mais da metade da população mundial, as cidades não só são grandes fontes de emissões, mas também espaços de vulnerabilidade climática. Assim, o papel das cidades na COP 30 — que será realizada em Belém, Brasil, em 2025 — será essencial para impulsionar compromissos mais concretos e específicos, principalmente em questões que dizem respeito à vida urbana, adaptação e resiliência.
As cidades podem se comprometer a metas locais de redução de emissões, alinhadas com os objetivos globais da COP. Isso inclui promover uma transição energética para fontes renováveis, reduzir a dependência de combustíveis fósseis e implementar metas para zerar as emissões líquidas. Muitas cidades têm adotado metas climáticas próprias e podem usar a COP 30 para formalizar esses compromissos, inspirando outras áreas urbanas a seguir o exemplo.
A mobilidade urbana é uma das maiores fontes de emissões nas cidades. Na COP 30, espera-se que as cidades ampliem o compromisso com políticas que incentivem o transporte público sustentável e eficiente, o uso de bicicletas, a infraestrutura para veículos elétricos e a redução do uso de carros particulares. Cidades inovadoras podem ser exemplos de mobilidade sustentável, desenvolvendo modelos que reduzam drasticamente as emissões ligadas ao transporte.
Na COP 30, as cidades podem destacar ações para adaptar sua infraestrutura às consequências das mudanças climáticas, como inundações, ondas de calor e elevação do nível do mar. O planejamento urbano sustentável inclui o aumento de áreas verdes, telhados verdes, a proteção de áreas vulneráveis e o desenvolvimento de infraestrutura de drenagem eficiente. As cidades podem compartilhar boas práticas e mostrar na COP 30 como políticas de urbanismo resiliente beneficiam a população e o meio ambiente.
A economia circular é crucial para uma gestão de recursos mais eficiente e para a redução de resíduos nas áreas urbanas. Cidades na COP 30 podem apresentar políticas para reduzir o uso de materiais descartáveis, incentivar a reciclagem e compostagem e promover um sistema econômico que minimize o desperdício e reaproveite os recursos. Isso reduz não apenas o lixo, mas também a pegada de carbono associada à produção e ao descarte de produtos.
As populações vulneráveis são frequentemente as mais afetadas pelas mudanças climáticas, especialmente em áreas urbanas periféricas e favelas. Na COP 30, cidades podem mostrar como políticas inclusivas e equitativas são fundamentais para garantir que todos tenham acesso a moradia segura, transporte público, áreas verdes e infraestrutura que os proteja dos impactos climáticos. Projetos de habitação sustentável e de revitalização urbana podem ser apresentados como exemplos de inovação social e ambiental.
O engajamento dos cidadãos é fundamental para que as metas climáticas sejam atingidas de forma sustentável e com apoio popular. Na COP 30, as cidades podem promover o papel da educação climática em escolas e comunidades, bem como incentivar iniciativas de engajamento cívico, como hortas comunitárias, voluntariado ambiental e ações de economia de energia. Com essa base, as cidades conseguem integrar a população nas soluções de forma ativa e contínua.
Para que possam desenvolver todas essas iniciativas, as cidades precisam de financiamento. Na COP 30, elas poderão pressionar por mais fundos e apoio técnico, especialmente em países emergentes, onde os recursos para implementação de projetos climáticos são limitados. Os fundos verdes e investimentos de bancos de desenvolvimento são fundamentais para ajudar as cidades a implementar projetos de resiliência e infraestrutura sustentável.