Resolução do Diretório Municipal do PT de Recife: Entrevista com o Deputado Carlos Veras
Em uma entrevista à Folha de Pernambuco, o deputado federal Carlos Veras (PT) expressou sua reação contra a resolução do Diretório Municipal do PT de Recife, que solicitou a substituição do secretário de Habitação, Ermes Costa, da pasta. Veras, que estava em missão na China durante esse período, destacou que não foi consultado sobre a decisão e enfatizou que a imposição de uma maioria não reflete necessariamente dificuldades na gestão do secretário.
O deputado apontou que a ausência de diálogo e a forma verticalizada da decisão por parte do Diretório Municipal fragilizam o partido, dividindo-o e enfraquecendo-o diante do contexto eleitoral em 2024. Ele destacou que a decisão parece ter sido motivada pelo seu posicionamento como pré-candidato a vice-prefeito na chapa majoritária para as eleições municipais, indicando um cenário de disputa interna no partido.
Sobre a comunicação da decisão ao prefeito João Campos, Veras mencionou que isso coloca o prefeito em uma posição delicada, já que a decisão afeta a participação do campo político composto pelo senador Humberto Costa, por ele próprio, pelos deputados estaduais do PT e por vereadores do Recife. Ele ressaltou que cabe ao prefeito decidir se deseja a participação desse campo político em seu governo.
Quando questionado sobre a possibilidade de definição de um candidato único para a vice de João Campos, Veras destacou sua disposição para a construção da unidade política, mas ressaltou que isso não depende apenas do Diretório Municipal do PT de Recife, mas também do presidente Lula e do próprio PSB, que ainda não abriram oficialmente o debate sobre a vaga de vice-prefeito.
Quanto à reforma tributária, Veras enfatizou que o diálogo prévio com estados e municípios visou apresentar um texto bem elaborado para agilizar a tramitação no Congresso. Ele mencionou que a proposta busca tornar o sistema mais justo, com os mais ricos pagando mais impostos e a retirada de impostos da cesta básica para beneficiar os mais pobres, esperando que o texto seja aprovado até o final do ano após ajustes na Casa.
A entrevista de Veras reflete a dinâmica política e as tensões internas no PT de Recife, especialmente diante das próximas eleições municipais e das articulações para a formação de chapas e alianças políticas.
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