Hidrogênio verde exige malha ferroviária

Superintendente da Sudene enfatiza investimentos do governo federal em infraestrutura para produção de hidrogênio verde no Nordeste

Durante o World Hydrogen Summit & Exhibition em Roterdã, na Holanda, a potencialidade do Nordeste brasileiro para a produção de hidrogênio verde ganhou destaque nas reuniões bilaterais entre representantes da Sudene, Consórcio Nordeste e investidores. Um dos pontos centrais dessas discussões foi a importância da infraestrutura logística para impulsionar a cadeia de valor do hidrogênio verde na região.

Para viabilizar a distribuição da produção e explorar todo o potencial do Nordeste, será crucial investir na construção e requalificação de gasodutos e na malha ferroviária. O Nordeste já se destaca como líder na produção de energia renovável no Brasil, com vasta capacidade de expansão. A região abriga 80% da energia renovável do país, possui a maior concentração de parques eólicos do mundo e é responsável por 59% das usinas de energia solar fotovoltaica no Brasil.

Durante o evento, o superintendente da Sudene, Danilo Cabral, ressaltou os investimentos do governo federal em infraestrutura na região, especialmente por meio do Novo PAC. Ele mencionou a requalificação das ferrovias, como a Transnordestina e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), além de destacar a importância dos portos, da malha rodoviária e dos gasodutos já presentes na região.

A expansão da infraestrutura no Nordeste não se limita apenas aos gasodutos e ferrovias, mas também inclui mais de 30 aeroportos que contribuem para o desenvolvimento econômico da região. Cabral enfatizou que a transição energética é uma prioridade na Nova Política Industrial, com foco em financiamento para investimentos e programas de pesquisa e desenvolvimento.

Além disso, o Nordeste já está à frente na produção de hidrogênio verde, com sete plantas em desenvolvimento nos estados da região, capazes de gerar 11 milhões de toneladas de hidrogênio verde por ano. Esse avanço não só impulsiona a economia local como também contribui para a descarbonização da indústria, especialmente nos setores de metalurgia e cimento, que representam uma parcela significativa das emissões de gases de efeito estufa no Brasil.

A participação da Sudene e do Consórcio Nordeste no World Hydrogen Summit faz parte de uma missão internacional que inclui visitas a Bruxelas, na Bélgica, e Berlim, na Alemanha, onde serão discutidas pautas ambientais e estratégias para impulsionar a economia verde no Nordeste e no Brasil como um todo. Essa iniciativa reforça o compromisso do governo em aproveitar as oportunidades oferecidas pela transição energética para promover o desenvolvimento sustentável na região.